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Violência contra comunicadores no Ceará é uma ameaça à liberdade de expressão

Nos últimos anos, o Ceará tem registrado casos de assassinatos de comunicadores que denunciavam irregularidades, corrupção e violência em suas regiões. Esses crimes representam uma grave violação à liberdade de expressão e à democracia, além de gerar medo e intimidação entre os profissionais de imprensa.
Imagem ilustrativa: Internet 2023

Outro caso que chocou o Estado foi o do ativista ambiental e político Inácio Rocha de Araújo Júnior, conhecido como Jota, morto a tiros enquanto trabalhava em seu salão de beleza, em Fortaleza, no dia 28 de agosto de 2019. Ele era um dos criadores do personagem, a galinha Fiorela, usada para fazer críticas ao governo municipal de Granja. Jota tinha mudado de Granja para Fortaleza há pouco tempo, alegando receber ameaças de pessoas ligadas ao poder público. A Polícia Civil investigou a hipótese de crime político, mas não divulgou o resultado das apurações.

Em Senador Sá, o radialista Gerson Ferreira foi assassinado a tiros em sua casa, no dia 25 de abril de 2023. Dos quatro suspeitos, dois morreram após troca de tiros com a polícia e os outros dois foram encaminhados a uma unidade de saúde. A motivação do crime não foi esclarecida pela polícia.

Em Fortaleza, o advogado Francisco Di Angelis Duarte de Morais, foi morto a tiros em frente à sua casa, no dia 6 de maio de 2023. Ele atuava no grupo de comunicação do jornalista Donizete Arruda. Após 11 dias a polícia civil prendeu três suspeitos em Fortaleza, Caucaia e Eusébio. A polícia suspeita que o crime tenha relação com a atividade profissional da vítima.

Embora esses casos recentes exponham um panorama preocupante, a violência contra comunicadores não é uma novidade no Ceará. Remontando a 1924, o assassinato de Deolindo Barreto destaca-se como um triste marco histórico. Deolindo, crítico ferrenho da política sobralense, foi assassinado aos 44 anos de idade, no interior da Câmara Municipal de Sobral. Junto à escadaria, onde foi alvejado com dezenas de tiros. Mesmo tendo sido socorrido e recebido assistência em casa, faleceu três dias depois. O legado sombrio de sua morte ainda ecoa na memória coletiva do Estado.

Os assassinatos de comunicadores no Ceará são um sinal alarmante de uma sociedade em que o livre exercício da imprensa e a liberdade de expressão são ameaçados. É crucial que as autoridades intensifiquem esforços para investigar e punir os responsáveis ​​por esses crimes, garantindo assim a segurança e a liberdade de atuação dos profissionais de imprensa.

A luta pela justiça e pela proteção dos comunicadores no Ceará deve ser uma prioridade, para que as vozes que defendem a verdade e a transparência possam continuar a ecoar, sem medo de represálias. Somente assim poderemos construir uma sociedade mais justa e duradoura, onde a imprensa desempenhe seu papel vital na busca pela verdade e pela garantia dos direitos fundamentais.

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